Ser para além de mim, eis o
que sinto ao percorrer a nave da Catedral da Sé. Eis o que se apodera de meu
mínimo ser ante a verdade de apreensão de tua rica luminosidade, quando
atmosfera de fé e altura são pura comunhão, prestes a absorver sempre mais o lirismo
do céu. Bem sei que sou pequeno para o que se faz grande na alma. Bem sei que
sou pouco de pálpebras para o que há de tamanha paz latente. E o que há de mãos
unidas em prece jamais arrefece, uma vez que tudo me torna mais perene de vida.
E quanto mais incerto o
mundo lá fora, mais posso aqui permanecer em paz e sereno. Com a alegria de ser
vida em Deus e por Deus, para além de qualquer vicissitude. E assim perceber
que a minha maneira de orar é sem dúvida olhar para a doçura da cúpula. E me
fazer, por sinal, de pé e com fé para cada passo do porvir. Ciente de que a luz
que me toca perdura de ternura em mim, pois sou parte finita do que há de
infinito em tua casa, oh Deus. E sei o quanto de asas e beatitude vem e me
acolhe a face. Para que por fim haja louvor no simples fato de pisar no enlevo
de tuas pedras plenas de jubilo. Pertencente que sou à dignidade de cada templo
que se renova em Ti.
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