O homem
Meio lobo
Meio Carneiro
De si mesmo,
Não sabe o que é recreio,
Nem sequer sabe o porquê veio,
Já que logo logo
Abocanha a presa um tanto cego.
Sai depois em fuga
Com sombras que são seu rebanho,
Sem lembrança de antanho,
Sem qualquer lugar
Para repouso.
Os olhos,
Entre o azul e o castanho,
Devastam a pedra das montanhas -
Sem manhãs, nem manhas.
Uiva
Até que os novelos de lã
Sejam, mais de ti, lívido limo.
Uiva para o nada.
Uiva porque a fome de nada
É tudo.
Obs: Obra de Francis Bacon.
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