terça-feira, 17 de abril de 2012

Tão longe, tão perto



Tão longe, tão perto,

O rumor de tua caneta
Ao tomar nota
Possui algo de melodia.

Olhar tão zeloso
Por compreensão da matéria
Não há igual ao teu.

Posso ver sim
A delicadeza com que aponta
Um singelo lápis.

Até a maneira como
Você se encolhe de frio,
Percebo.

Nem o modo doce
De você olhar as horas
Escapa-me.

Se a professora brinca,
Vibro
Com teu sorriso.

No intervalo,
Seguro o elevador
Para que você entre.

Deixo do pão
Mais recheio para ti
Do que para mim.

Na lousa, quando voltamos,
Onde você faz corações,
Eu faço as flechas.

Já na saída,
O ar noturno acolhe
O que há de dama-da-noite
E o que há de tua pele.

E assim sonho
Que estou sempre por perto,
Mesmo distante.


Obs: Obra de Chagall.

Dedico à minha doce Jana.

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