Jana, minha Linda, meu amor,
O que seria da casa de minha alma sem você?
Haveria parede, mas sem a janela que tu és, não haveria eu.
Haveria parede, cuja porta somente eu reconheceria por tua causa.
As flores, sim, as flores teriam apenas sentido contigo.
Não murchariam num lugar fechado que seria eu.
Teriam, através de ti, como sempre tiveram, a água de tuas diligentes
mãos.
E o zelo de teu sorriso ao longo dos corredores.
Casa que é casa se alarga quando há amor.
Casa que é casa compreende o valor da luz.
Mal se preocupa quanto à umidade de uma das paredes.
Casa que é casa permite ao amor ser a alegria de asas em nada rasas de
amor.
Casa que é casa se basta no simples, se basta no possível,
Arruma os móveis de acordo com as possibilidades do momento.
Casa que é casa não deixa o sonho perecer,
E mantêm tapetes limpos para os pés da rua.
Casa que é casa, no desespero, descobre maneiras de realinhar quadros,
E maneiras de jamais deixar retratos muito à beira dos cômodos.
Casa que é casa disfarça rachaduras com armários,
Desmonta fio por fio da teia de aranha com o frescor da brisa.
Casa que é casa faz no próprio ato de cobrir uma cama com lençol um quê
de esperança.
Casa que é casa não se perturba com a tempestade embora as louças se
importem.
Casa que é casa se perfuma na partida e no retorno de quem ali vive.
Casa que é casa jamais deixará de ser casa uma vez que mesmo cano que
vasa
não tira o bom humor.
Casa que é casa experimenta no fato de ser casa o verdadeiro sabor de
não haver desazo que
não se dê um jeito.
Casa que é casa não seria casa sem você.
Beijos apaixonados,
De seu galeguinho.
Obs: Obra de Van Gogh.
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