sábado, 20 de outubro de 2012

Por mote de teus olhos




Jamais saberei
Ao certo
A quantidade de estrelas
Que há no infindo céu,

Nem me movo,
Embora no fundo devesse,
Para tentar apreendê-las.

Já, entretanto, me bastam
As que, por ventura, encontro
Em teus cativos olhos.

Trazem-me suficiente
Universo para sonhar
Meu sonho opala de ti.

Longe, quando há longe, me levam
De qualquer atribulação
Terrena.

Para além, bem além,
De tudo o que é
Transitório e Precário.

O que se diria, portanto,
Fim de uma flamejante estrela,
Atiça uma infinidade de outras.

Pois por meio de um ardoroso
Beijo nas pálpebras
Há, sim, de movimentar mundos
Em cujos olhos redondos sondo.


Obs: Fotografia de Henri Cartier Bresson.

Dedico à minha doce Jana.

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