Prestes a ser parte desta caverna,
Prestes a pertencê-la
Com pessoas tão intrigadas
Quanto eu,
Vamos juntos com a mesma gana
Por alguma luz,
Mesmo que as trevas prevaleçam,
E sem qualquer certeza sobre os riscos:
Prontos tanto para a possibilidade de águas subterrâneas,
Quanto para o ar rarefeito,
E cada vez mais confiantes
Nas possibilidades
Que carregamos conosco;
Uma lanterna sobre os capacetes.
Compartilho assim da mesma respiração
Que a deles,
Da mesma sede que não se satisfaz logo.
E não há tombo sem mãos amigas.
E não há alegria de descoberta sem latente verdade.
Nem falta percurso onde não haja pleno recurso da voz.
Nem importa muito bem qual o próximo destino,
Nem qual a próxima curva dada,
Muito menos se o espaço é estreito ou bem amplo,
Importa apenas o que as pálpebras
Reconhecem no devido clarão
Que surge de nós e para nós,
Tanto aqui, quanto ali,
Por toda vida.
De tal modo que
Tão logo se sai da caverna,
Tão logo se quer voltar.
Obs: Obra de Van Gogh.
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