segunda-feira, 18 de abril de 2011
Dom da beleza
Watteau faz anjos em suas obras: só comete a distração de esquecer as asas...
O perfume de uma mulher é a sombra cálida de seu beijo.
Diante de uma obra de arte, minha alma se ajoelha como uma cachoeira.
Quando o crítico argumenta, critica e elogia ao mesmo tempo, não raro só nos lembramos da crítica.
Que me desculpem as feias e as bonitas, mas a Beleza é fundamental.
O golpe frio do vento escalavra o rosto denso e vincado de Lucien Freud, que se auto-retrata numa gravura.
Qualquer beijo está prestes a ser frêmito caso os lábios sejam de Mona Lisa.
O que pensaria Narciso diante de um pântano?
Beleza feminina jamais é contundente: revela-se melhor no suave contra-apoio de uma das pernas.
A pintura é o que os olhos ainda aguardam do abismo após despencar algumas pedras.
A igreja possui sinos
São ouvidos no enlevo
Do entardecer
O museu possui quadros
São admirados
A certa incerta distância
Pois aquecem ou devoram
Como a chama
Fábio Padilha Neves
Obs: Obra de Watteau.
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