Todas as pessoas possuem um artista que admiram, sem entender bem o motivo e, talvez, o crítico seja o que mais se aproxima do abismo, do espanto diante de algo tão poderoso como é o grande artista, com o fim de estabelecer uma ponte para atravessá-lo. Como sou um crítico iniciante, vou, na medida do possível, expor minhas idéias sobre Rembrandt.
Claro que ele nos toca por sua explosão plástica, que, curiosamente, vem antes de Van Gogh. Enquanto a luz deste devora tudo o que vem pela frente, a luz de Rembrandt devora a escuridão, mas também é devorado por esta, nesse eterno conflito, o que explica a dramaticidade de seus quadros. Com efeito, Rembrandt surge como uma explosão estelar em meio à escuridão, uma vez que jamais o olhamos, sem nos deslumbrarmos com suas pinceladas arredias a qualquer sistematização, prontas a nos embevecer de delírio.
Montaigne escreveu ensaios que tinham como tema a si mesmo. Rembrandt, não menos interessado em se auto-analisar, faz muitos auto-retratos com o mesmo fim. Normalmente, as pessoas se olham no espelho antes de ir para a rua; Rembrandt não quer sair de onde se encontra, pois ali no seu rosto a tudo sobre a vida; toda a amargura, toda a melancolia, mas também todo o fascínio por este mundo. Ali, naquela parcial escuridão, e longe de rumores, Rembrandt desafia o tempo, converte-o em vivacidade.
Além disso, Rembrandt faz mulheres que são por inteiro, cuja idade não importa, pois sempre possuem uma dignidade magnífica, sendo que, mesmo que não olhem para nós, ao mesmo tempo não podemos tirar os olhos delas. Um nu de Rembrandt é tão sedutor e terno como um nu de Modigliani, tão intenso como cheiro de chocolate, antes da mordida. Agora, quando o tema é a velhice, não importa se masculina ou feminina, Rembrandt não é de modo algum romântico, pois nos põe diante do inevitável, nos mostra que a lâmina do tempo corta implacável. Por fim, não é a primeira vez que falo, aqui, de Rembrandt, e não acredito que será a última, tamanho é meu fascínio por seus trabalhos.
Claro que ele nos toca por sua explosão plástica, que, curiosamente, vem antes de Van Gogh. Enquanto a luz deste devora tudo o que vem pela frente, a luz de Rembrandt devora a escuridão, mas também é devorado por esta, nesse eterno conflito, o que explica a dramaticidade de seus quadros. Com efeito, Rembrandt surge como uma explosão estelar em meio à escuridão, uma vez que jamais o olhamos, sem nos deslumbrarmos com suas pinceladas arredias a qualquer sistematização, prontas a nos embevecer de delírio.
Montaigne escreveu ensaios que tinham como tema a si mesmo. Rembrandt, não menos interessado em se auto-analisar, faz muitos auto-retratos com o mesmo fim. Normalmente, as pessoas se olham no espelho antes de ir para a rua; Rembrandt não quer sair de onde se encontra, pois ali no seu rosto a tudo sobre a vida; toda a amargura, toda a melancolia, mas também todo o fascínio por este mundo. Ali, naquela parcial escuridão, e longe de rumores, Rembrandt desafia o tempo, converte-o em vivacidade.
Além disso, Rembrandt faz mulheres que são por inteiro, cuja idade não importa, pois sempre possuem uma dignidade magnífica, sendo que, mesmo que não olhem para nós, ao mesmo tempo não podemos tirar os olhos delas. Um nu de Rembrandt é tão sedutor e terno como um nu de Modigliani, tão intenso como cheiro de chocolate, antes da mordida. Agora, quando o tema é a velhice, não importa se masculina ou feminina, Rembrandt não é de modo algum romântico, pois nos põe diante do inevitável, nos mostra que a lâmina do tempo corta implacável. Por fim, não é a primeira vez que falo, aqui, de Rembrandt, e não acredito que será a última, tamanho é meu fascínio por seus trabalhos.
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