O esboço é normalmente o princípio de algo que ainda se pretende aperfeiçoar; pensa-se na pintura que virá depois, no passo árduo e prazeroso que se segue. Isso até que conhecemos o trabalho de Saul Steinberg, que procura, antes de tudo, a vivacidade do traço; a busca pelo esboço elaborado que já é obra final. Com efeito, ele só precisa de caneta tinteiro e nanquim para nos seduzir com sua linha irresistível e sonhadora, isenta de um fim adequado ou tradicional; a linha pode sugerir tanto sobre o ser humano, que cada vez que vemos um de seus desenhos, saímos revigorados.
Enquanto uns falam “Faça isso bem feito”, Saul fala “Faça isso mesmo sem jeito”, ou seja, encontre a sua voz, o seu timbre em meio aos outros. Não se pense, com aquela frase, que haja um ato displicente; pela postura quase pensamos nisso, mas quando vemos o ato, negamos. Steinberg tinha nas mãos fios de lã e, em vez de tecer, ele achou certo percorrer o espaço com tal linha, compreendê-la em seu poder de sussurrar, à medida que se fala. Agora, gostaria que alguém me desse uma definição da mulher e do homem com tanta verdade e simplicidade como ele fez. Saul sabe dar valor ao branco do papel quando há tinta...
Enquanto uns falam “Faça isso bem feito”, Saul fala “Faça isso mesmo sem jeito”, ou seja, encontre a sua voz, o seu timbre em meio aos outros. Não se pense, com aquela frase, que haja um ato displicente; pela postura quase pensamos nisso, mas quando vemos o ato, negamos. Steinberg tinha nas mãos fios de lã e, em vez de tecer, ele achou certo percorrer o espaço com tal linha, compreendê-la em seu poder de sussurrar, à medida que se fala. Agora, gostaria que alguém me desse uma definição da mulher e do homem com tanta verdade e simplicidade como ele fez. Saul sabe dar valor ao branco do papel quando há tinta...