quarta-feira, 11 de março de 2009

Esculturas no MuBE (1)



A escultura vermelha de Toyota, no Mube, proporciona aos olhos um sentido de leveza em que ficamos pasmos, justamente, por ser de aço. São finas chapas de geometria triangular, dobradas de tal modo, que propõem com seus cortes e formas, às vezes, quase suspensas, um universo que se desdobra sem cessar de um novo modo. Ficamos a pensar de onde extraiu esse mundo tão pessoal e consistente: Será que surge só da imaginação, além do contato com a matéria? A natureza é capaz de sugerir algo? São perguntas válidas, pois senão como entender a profunda serenidade destas obras? É um mistério que continuo sempre admirando e como gostaria de ir mais fundo!
Toyota faz esculturas que criam raízes, que são absorvidas integralmente pelo espaço. Há em cada parte do trabalho um reflexo da anterior, que seduz por ser imprevisível. Diante de um belo torso já imaginamos parcialmente o que virá depois de vê-lo de frente, enquanto Toyota subverte a lógica das coisas, buscando ângulos e vãos que não se suspeitava. Dessa forma, podemos concluir que elabora uma geometria sensível que mais parece um jogo de espelhos de diferentes formas.